Era uma
tarde nublada e um pouco escura onde eu e Hinamori estávamos esperando o ônibus
para voltar para casa. Hinamori estava sorridente como sempre, ela usava o
uniforme da escola, uma saia e uma camisa branca. Eu estava serio, mas com um
sorriso de canto, eu usava a camisa branca da escola e uma calça jeans.
Assim que
nosso ônibus chegou, entramos e sentamos um ao lado do outro, Hinamori estava
distraída e não percebeu que eu a olhava. Ela se virou e eu corei na hora, me
virei para a janela. Quando ouvi sua doce voz.
-Shiro-chan
esta tudo bem?
-Hã. Sim por
quê? – Falo me virando.
-Você não
parece muito bem.
-Ah... só
estou cansado.
-Imagino.
Você vai fazer alguma coisa amanha?
-Não por quê?
-É que eu
estive pensando que você possa querer descansar um pouco e ir ao parque comigo
– Fala ela corando um pouco.
-Ah... –
Corei um pouco – Claro.
Ela sorriu e
por dentro eu me derreti todo. Adorava aquele sorriso, era caloroso e
confortante. Sorri de volta.
O ônibus
estava praticamente vazio a não ser por nós. O ônibus parou em um ponto onde
entrou um homem encapuzado. Quando o ônibus voltou a andar ele gritou.
-Parados
isso é um assalto!
Os olhos de
Hinamori se arregalaram. Viramos para o local onde o homem parado olhava
fixamente para nós. Hinamori agarrou minha mão com força. Ela estava tremendo,
segurei a mão dela com firmeza, eu também estava com medo.
O homem
estava com uma faca e uma arma presa no quadril.
-Fique calma
– Sussurrei para ela.
Pelo olhar
ela estava apavorada. Encontrei seu olhar e ela apertava cada vez mais a minha
mão.
O homem
ordenou ao motorista para entrar em uma rua de terra cheia de arvores. O ladrão
voltou a nos olhar, continuou a nos analisar, a cada segundo que passava eu
ficava mais nervoso, mas não era por mim, mas sim porque Hinamori estava lá
também. Eu suava frio, minha mão estava gelada. Hinamori tremia. O ladrão
falou.
-Você
garoto! – Apontando para mim, o que não tinha muito sentido, pois eu e Hinamori
éramos os únicos sentados.
Eu gelei na
hora. Eu e Hinamori soltamos nossas mãos por um segundo. Nessa hora ela apertou
minha perna.
-Levante-se
– O homem gritou.
Eu me
levantei, Hinamori segurou minha mão com o olhar como se dissesse “Não vá. Ele
vai te matar”. Eu tentei tranquilizá-la com um sorriso que não foi bem
sucedido. O homem gritou novamente.
-Venha aqui
agora!
Fui
caminhando até o homem. Ele era alto, usava luvas de couro, cabelo ralo e
escuro, tinha uma cicatriz que ia do olho esquerdo até o canto da boca.
-Qual seu
nome? – Falou ele estreitando o olho.
Eu hesitei
não sabia se deveria falar.
-Fale! –
Gritou ele
-Hitsugaya
Toushirou – Falei.
-O que você
tem nos bolsos?
-Hã...
Eu tinha
esquecido o que eu tinha.
-Tire tudo!
Coloquei a
mão no bolso e comecei a tirar primeiro o celular, era preto praticamente novo,
depois minha carteira que estava no
outro bolso, ela tinha algumas notas e uma foto minha com Hinamori e mais dois
amigos. Ele olhou a foto e olhou para Hinamori que estava sentada olhando
assustada para mim.
-Garota
venha até aqui. – Falou para Hinamori.
Ela se
levantou e foi caminhando até nós, parou do meu lado ela estava tremendo mais
que antes. Eu não demonstrava nervosismo, mas estava bem nervoso.
-Qual seu
nome? – Perguntou o homem.
Hinamori não
respondeu, ela estava com medo e sua voz não saia. O homem foi bater nela e eu
segurei o braço dele com toda minha força e apertei.
-Eu não
faria isso se eu fosse você – Falei em uma voz baixa e ameaçadora enquanto
apertava cada vez mais o braço dele.
-Insolente!
– Gritou ele.
O homem
pegou a faca e me atacou no braço que começou a sangrar, franzi o cenho e
coloquei meu braço para baixo para não forçá-lo.
Ele sacou a
arma e correu em minha direção, “ele vai atirar em mim” pensei. Mas ele passou
correndo por mim e pegou a Hinamori com a arma na cabeça dela.
-Não se mexa
ou ela morre!
Meus olhos
estavam arregalados, eu estava tremendo suando frio meu coração estava a mil.
Eu não podia deixar nada acontecer com ela.
-Por favor,
não faça isso – Falei – Eu faço o que você quiser.
Agora era eu que estava tremendo.
-Eu duvido –
ele fala – Uma parte eu já consegui agora só falta matar alguém.
-Por que
quer fazer isso?
-Porque eu
quero.
-Por favor,
não mate ela. Eu vou no lugar dela.
-Não
Shiro-chan! – Gritou ela.
-Calada! –
Gritou para Hinamori que estava agora quase chorando – Por que quer morrer por
ela?
-Porque... –
comecei – Porque eu a amo.
Eu estava
olhando para o chão, mas pude ver o ladrão hesitar. Hinamori me olhava com
surpresa.
-Por favor
deixa-a ir.
-Muito bem –
Disse ele soltando-a.
Eu fui
caminhando até ele, eu não podia deixar que ele me matasse nem que ele matasse
Hinamori. Minha vida passava pela minha mente até eu me lembrar, “A caneta! Eu
tinha uma caneta no bolso” Era minha única chance de conseguir me livrar dele
por alguns segundos.
Quando
cheguei ao lado dele discretamente peguei a caneta. Agora era tudo ou nada.
Virei-me para ele e enfiei a caneta em suas costelas. Infelizmente ele também
se virou e enfiou a ponta da faca em meu ombro, cai de dor e bati a cabeça no
banco e desmaiei com a pancada na cabeça.
Quando
acordei ainda estava no chão do ônibus, minha camisa estava molhada, mas não
era sangue. Levantei um pouco a cabeça e me deparei com Hinamori em cima de
mim. Segurei a mão dela e ela se virou para me olhar. Me sentei, ela me abraçou
forte mas com um certo cuidado com meu braço e quando nos soltamos olhei em
volta, nem sinal do ladrão ou do motorista.
-O que
aconteceu? – Perguntei.
-Depois que
você desmaiou o ladrão achou que você tinha morrido e saiu e o motorista foi tentar
achar sinal para o celular e ligar para alguém.
Me levantei,
e me sentei no banco onde nossas coisas estavam e Hinamori se sentou ao meu
lado.
-Aquilo que
você disse para ele era serio? – Perguntou ela.
-Aquilo?
-É quando
ele perguntou por que você queria morreria por mim – Fala olhando para as mãos.
Revirei
minha mente por alguns segundos quando me lembrei.
-Sim, foi
serio.
Agora ela me
olhava com atenção, nós estávamos bem próximos, eu não sabia o que fazer agora.
Mal tive tempo de concluir meu pensamento quando ela me abraçou chorando.
-Eu também
te amo!
Surpreso eu
retribui o abraço colocando meus braços em volta da cintura dela, trazendo-a
mais perto de mim, ficamos assim por um tempo até nos separarmos um pouco e ficamos
nos olhando e chegando os nossos rostos cada vez mais perto, até nossos lábios
se tocarem de leve, mas logo aprofundamos mais o beijo. Nos separamos para
respirar, mas ainda bem próximos.
-É melhor
irmos para casa, todos devem estar preocupados.
-Sim – Fala
ela sorrindo.
Fomos para casa a pé bem juntos. E contamos tudo
para meus pais e para os pais dela menos a parte do beijo. Fui levado para o
hospital para tratar meu braço e meu ombro. O resto dos dias foram comuns, mas
bem melhores do que antes.